Aulas em simuladores, aumento das taxas antigas e surgimento de novas e até mesmo o preço elevado da gasolina são os motivos da alta.
Quatro taxas do Departamento de Trânsito do Estado de Minas Gerais (DETRAN MG) sofreram reajuste neste início de ano. A soma dos valores, que era de R$ 187,61 passou a ser de R$ 205,76, um aumento de 9,67%.
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Na listagem de tributos a serem pagos foi incluída a Taxa de Acesso ao Sistema do DETRAN MG (TASD), no valor de R$ 7,91. Além disso, duas taxas pagas pelas autoescolas ao DETRAN MG também foram reajustadas.
São as tarifas de renovação de alvará e de credencial de instrutor. O aumento foi de 5,46%. O reajuste acontece a nível nacional em cumprimento à resolução 444/2013 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Os valores das aulas de direção também deve subir. Atualmente, o aluno paga cerca de R$900 por 20 aulas práticas na categoria B e R$600 na categoria A. Estes valores devem ser aumentados em, pelo menos, R$100 em cada categoria.
Quem pretende pedir segunda via de permissão, adição ou mudança de categoria também vai encontrar preços mais elevados. Essas tarifas tiveram adição de R$ 2,73 a R$ 3,28.
O aumento se deve porque a partir deste ano, houve um aumento da carga horária de aulas teóricas, que de 30h/a passou para 45h/a, além do uso obrigatório do simulador, que custa cerca de R$40 mil, mais R$1.800 de manutenção e emissão de relatórios de dados sobre as aulas para o DETRAN MG e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
A questão é que cada autoescola precisa de, no mínimo, dois simuladores, já que cada um pode atender apenas 40 alunos por mês.
Taxas do DETRAN MG
Aulas no Simulador
O uso dos simuladores foi regulamentado na lei de trânsito pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) no final de 2012. A obrigatoriedade seria de usá-lo desde junho do ano passado, mas foi repassada para o dia 1º de janeiro de 2014. Porém, as autoescolas continuam alegando que não estão preparadas para colocar em vigor a regra, já que das 1,8 mil autoescolas no Estado, apenas 20 possuem esses simuladores, ou seja, 1%.
Sem falar que, no Brasil, existem apenas quatro empresas fabricantes dos simuladores, o que dificulta e, muito, o acesso ao equipamento em todo o território nacional. Há ainda as questões de que dez Estados, mais o Distrito Federal ainda não contam com o sistema de biometria, essencial para o uso do simulador.
Aliás, as pessoas que iniciarem o processo da primeira habilitação a partir do dia 02 de janeiro, também terão que realizar 5 horas/aula em um simulador de direção antes da expedição da Licença para Aprendizagem de Direção Veicular (LADV), com a qual o aluno pode fazer as aulas práticas na ruas da cidade.
O simulador é uma alternativa positiva já que garante a experiência das aulas práticas sem expor os alunos e os próprios cidadãos em risco. Além disso, a máquina seria uma prévia virtual do que será as aulas de direção da rua. “O simulador vem contribuir na formação quando ele coloca situações adversas, que no dia a dia, muitas vezes, o condutor não vai ter. São cinco horas aulas de 30 minutos e nessas aulas ele vai ter chuva, neblina, fogo na estrada, um pedestre que vai atravessar a via na frente dele e a questão da sinalização”, explicou Maria Cristina Hoffmann, coordenadora geral de qualificação do fator humano no trânsito do Denatran, em recente entrevista dada à rádio Itatiaia.
Inicialmente, os simuladores serão utilizados na formação de condutores que a fazem a primeira habilitação, na categoria B, mas futuramente será usado para a primeira habilitação em todas as categorias.
Mudanças também para categoria A, em Minas Gerais
O processo para habilitação de motos, que atualmente tem aulas em um circuito fechado, também sofrerá mudanças. A partir de hoje, os candidatos a obter a carteira A terão que passar por um outro circuito, no simulador, com parte de frenagem e situações que ele irá encontrar no dia a dia, e não apenas um circuito com uma rampa e um oito.
Para a Associação Brasileira de Motociclistas (Abram), o exame da forma como é feito atualmente – que prevê o treinamento dentro de um circuito fechado – não avalia as habilidades do futuro motociclista, colocando em risco a sua vida, a de pedestres e dos demais motoristas.
A ideia de estender o simulador também para a categoria A parte do princípio de que houve um significante aumento de mortes em acidentes envolvendo motos. Em 2001 foram 4.541 acidentes com vítimas fatais, já em 2011, o número subiu para 14.666 segundo o Ministério da Saúde.