Para os carros populares (1.0), a alíquota, que estava em 2% até o fim de 2013, passa a ser de 3%. No meio do ano, governo promete outro aumento
O Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros está mais alto. A notícia não é boa, já que, na prática, os carros ficaram até R$3 mil mais caros, levando em conta, também, a obrigatoriedade de todos os veículos terem airbags duplo e feitos ABS.
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Do outro lado, a alta do IPI vai levar a um aumento da arrecadação de R$ 956 milhões, segundo cálculos do Ministério da Fazenda. Estão previstos dois aumentos de IPI. Um para janeiro e outro para a partir de julho.
De acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Veículos cada ponto percentual a mais na alíquota do IPI provoca um aumento de 1,1% no preço do carro. Isso em termos práticas é um aumento real de R$1 mil no valor final do carro.
O que Muda com o Aumento do IPI?
Para os carros populares (1.0), a alíquota, que estava em 2% até o fim de 2013, passa a ser de 3%, em janeiro, podendo chegar a 7% em junho. Para carros com motor entre 1.0 e 2.0 flex, a alíquota de IPI, que era de 7% até o fim do ano passado, subiu para 9%. Já para os veículos com mesmo motor, mas movidos apenas à gasolina, a alíquota subiu de 8% para 10%. Veículos utilitários tiveram alta do IPI dos 2%, que vigoravam até o fim de 2013, para 3%.
A justificativa do governo para o aumento do IPI é baseada na arrecadação, já que o governo precisa colocar as contas em dia neste ano. Porém, nem todos os bens sofreram com o aumento da taxa. O IPI dos móveis ficou em 4%, os caminhões continuam com 0%, geladeiras e máquinas de lavar com 10% e tanquinhos, 5%.
O IPI havia sido reduzido a zero para os carros populares em abril de 2012, quando as montadoras estavam com estoques acima da média. O objetivo foi estimular vendas e evitar demissões. No ano passado, foi gradualmente recomposto até os 2%. O cronograma original previa o retorno para a alíquota antiga, de 7% já no início deste ano.
Para o consumidor, o aumento já é sentido. Um carro que custava R$23 mil no final do ano, com aumento, passará a custar R$27 mil. Pesa sobre o valor, além do IPI, a inclusão compulsória de airbag e freios ABS em todos os veículos novos. Porém, os consumidores devem ficar atentos, pois não é informado algo muito importante: a nova alíquota será aplicada somente na nota da fábrica. Isso significa que veículos comprados em 2013 pelas concessionárias – e estocados nas lojas – não sofrerão aumento.
O momento é de análise
O aumento do IPI para os veículos não significa que você deve deixar o sonho do carro novo de lado. Tudo é uma questão de análise e ponderação. Analisar sua real situação financeira e ponderar qual a necessidade de se ter um carro zero neste momento.
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As pessoas que possuem dívidas, por exemplo, devem esquecer a ideia de ter um carro novo. Aliás, a prioridade deve ser quitar o que se deve, antes de pensar em novas dívidas. Afinal de contas, você não vai querer decretar sua falência financeira logo no início do ano. Se deseja ter um carro novo, a melhor forma é se planejar para isso.
Os ditos controlados financeiramente também não devem pensar em comprar carros zeros neste momento. Apesar de se gabarem de não ter dívidas, eles também, geralmente, não possuem todo o dinheiro para uma compra a vista e, desta forma, acabam se endividando apenas para ter um carro do ano. A compra, neste caso, é um passo para sair da zona de conforto e entrar para o time dos endividados.
Os consumidores equilibrados também precisam ser prudentes neste momento. O ideal é pensar qual a necessidade de se ter um carro zero agora. Se for concluído que existe uma necessidade real, então, o próximo passo é iniciar uma poupança, que tem como objetivo a troca do carro por um modelo novo, e todos os gastos extras como emplacamento, taxas e seguro.
Para quem tem dinheiro em caixa, ou seja, para quem guarda dinheiro, o momento também é de avaliação. Se você precisa de um veículo novo e tem o dinheiro para comprar a vista, aproveite o momento. Se faltar alguma quantia pequena e por isso você tiver que financiar parte do valor, é válido, desde que o valor das parcelas não comprometa seu orçamento mensal.
Não se esqueça da reserva que precisará ter para a manutenção do carro, como gasolina e as primeiras revisões que são pagas e obrigatórias. Vale lembrar que o carro não é visto como investimento e sim como despesa, devido a sua rápida desvalorização. Além disso, qualquer compra de alto valor deve sempre ser vista e revista, avaliando as reais necessidades e não um impulso do momento.